domingo, 8 de fevereiro de 2009

Trevas da Luz - O Gato Perdido (PARTE 3)

Deviam ser umas duas da madrugada quando ouvi Nana entrar pela porta do meu quarto.

– Masahiro, algo aconteceu – falou com uma voz calma, mas me despertando de salto.

Pulei da cama e fui para sala com ela, depois servi dois copos com chá gelado da garrafa que deixávamos preparada na geladeira. Sentado na poltrona adjacente do sofá em que ela estava sentada, tomei um gole.

– O que foi? – perguntei. O chá gelado descia pela garganta despertando cada parte do meu corpo que ainda dormia.

– Não sei – respondeu um tanto transtornada. – Ling vai falar logo.

Busquei um cigarro no maço em cima da mesa de centro e acendi, depois me levantei e abri a porta da sacada. Chovia continuamente, porém não era pesada a ponto de chamar de tempestade. O ar fresco e úmido entrou na sala retirando o ar abafado e quente que havia se formado, o telefone tocou logo em seguida.

– Acordei vocês? – mais uma vez reparando em seu erro disse logo em seguida. – Esquece. Estou a caminho do hospital.

– O que aconteceu – ergui uma sobrancelha, ouvia o barulho do cantar de pneus no asfalto e do barulho da chuva, abafados porém audíveis. – Você está bem?

– Estou, mas nove garotos do caso, não.

– Hã? – ela conseguiu despertar a parte de mim que ainda insistia em dormir. Senti o coração bater e a tensão aumentar. – Do que você ta falando?

– Nove garotos do caso acabam de cometer suicídio. Estou indo para o hospital em que foram levados.

– Como?

– Não sei todos os detalhes, mas chamou a atenção o suficiente dos investigadores para eles mesmos me ligarem. Também estão a caminho do hospital.

Não consegui falar. Tudo que consegui pensar foi em um grande: “que diabos?”

– Eu ligo para vocês assim que descobrir o que está acontecendo.

Antes de desligar disse em uma voz sarcástica e baixa, porém audível.

– Agora sabemos porque eles viram o gato...

No mesmo instante que Nana ouviu o barulho do telefone voltando para o gancho perguntou:

– O que aconteceu?

– Nove das testemunhas cometeram suicídio.

Me peguei perguntando se agora seriam vitimas. Após um momento de silêncio ela continuou.

– E onde está o último garoto?

Boa pergunta.

– Boa pergunta – não tinha reparado nos números até então. – Ling foi para o hospital onde eles foram levados. Disse que ligaria assim que tivesse noticias.

“Vamos esperar,” não precisei pensar, Nana havia falado antes. Tomamos banho, não que precisássemos já que não fazia nem três horas desde que tomamos banho e fomos dormir.

Quando os primeiros raios de sol cruzavam o céu limpo e calmo após a chuva contínua da madrugada, olhei para o relógio de pulso que anunciava cinco e meia da manhã. A brisa fresca começou a ceder espaço ao vento abafado. Já havíamos nos trocado, Nana com uma calça jeans desbotada e uma camiseta regata que deixava a amostra uma parte da barriga, nada muito chamativo nem muito conservador a ponto de fazer passar calor. Eu já tinha o armário com roupas repetidas, calças esporte com vários bolsos, uma camisa de manga curta e a jaqueta de couro preta que tenho há anos.

Tomamos o café-da-manhã logo após eu ter trazido o jornal da caixa de correio. Como era nosso costume: ficar em silêncio até que terminássemos e eu lavasse a louça. E também, como de costume, perguntei:

– Algo de interessante no jornal hoje?

– Não e acho que você não conseguir ler o seu jornal hoje – disse com uma voz indiferente.

Quando ia pegar o jornal em cima da mesa de centro o telefone tocou, desta vez não foi preciso dizer quem era. Até eu já sabia quem seria.

– Preciso de vocês aqui, agora – disse Ling logo que coloquei o telefone na orelha. – Estou esperando no meu escritório.

Desligou antes que eu pudesse falar qualquer coisa.

Assim que passamos pela porta do escritório, fomos recebidos com ar fresco e barulho de motor. Ling tinha ligado o ar-condicionado e o ambiente estava tão agradável que fui hipnotizado até o sofá que ficava alguns passos de sua mesa de trabalho. Sentamos juntos, eu e Nana em um sofá, e no adjacente estava Ling com um cigarro aceso.

– O que descobriu? – perguntei assim que me ajeitei. Ansioso em saber o que estava acontecendo, pulei a parte do “bom dia”.

Ling deu um longo trago e permaneceu séria.

– Os nove garotos estão mortos, morreram pouco depois que eu cheguei no hospital – iniciou seu relato, seu tom inalterado. – Todos cortaram os pulsos e segundo seus pais falaram, praticamente todos no mesmo horário. O estranho é que permaneceram reservados a maior parte do tempo, é compreensível por causa do choque, mas...

Suspirou, apertando o topo do nariz com o indicador e o polegar, parecia cansada.

– Falaram que os filhos estavam tendo ataques de histeria. Acordavam no meio da madrugada gritando por causa de pesadelos, às vezes quando tudo parecia tranqüilo eles começavam a chorar e se encolher – olhou para minha cara e respondeu minha pergunta antes que a fizesse. – Quando pedi por detalhes e que coisas gritavam, é ai que ficavam mais reservados. Falaram que eram coisas estranhas e incompreensíveis, mas era evidente que estavam mentindo. Também não quis forçar agora, já que estavam todos em choque.

– E todos relataram as mesmas coisas? – perguntei após algum tempo.

– Sim – respondeu indiferente. – As respostas foram combinadas até de mais. São muitas coincidências para ser uma coincidência.

Apenas assenti com a cabeça.

– E quanto ao último? – perguntou Nana, sua voz penetrando no silêncio que havia nos envolvido.

Ling levantou um canto da boca, mas logo voltou a ficar séria.

– Logo depois de pegar todas as informações que podia no hospital fui para a casa do último suspeito. Como as fichas estavam com vocês, eu tive que perguntar para os investigadores e, além de saberem onde era a casa do garoto, já haviam pensado o mesmo que eu, então fui junto com um investigador até a casa que morava.

Acendi um cigarro e Ling acendeu seu segundo.

– Fomos recebidos com automáticas e uma ameaça de processo acompanhada de tiros se a primeira não fosse o suficiente. Mesmo o investigador se identificando os seguranças não permitiram nossa entrada. Foi então que o pai do garoto apareceu na porta, estava com olheiras profundas e escuras, seu olhar parecia sem rumo e exaurido de todas as forças. Primeiro pensei que o havia acordado, mas ninguém fica daquele jeito por falta de sono.

– Talvez estivesse doente – comentei levantando uma sobrancelha após um longo trago.

– Foi o que pensei logo depois, mas descobri que estava errada.

– Huh?

– Depois que o pai fez a mesma ameaça por trás de seus seguranças, o investigador foi buscar um mandato, mas você sabe melhor do que eu que o juiz não iria liberar tal coisa. Depois que o investigador foi embora deixei um cartão com o pai do garoto, não que eu tivesse muitas esperanças mas...

Cruzei as pernas mudando a posição que estava no sofá, assumindo uma posição mais ereta e mais confortável para minhas costas.

– Ele ligou pra você – afirmei antes que ela terminasse sua pequena pausa.

Ela, porém, balançou a cabeça abrindo um pequeno sorriso de vitória, mas tão rápido quando venho, o sorriso partiu.

– Ele veio pessoalmente até aqui... e estava chorando.

Não pude deixar de fazer uma cara de surpresa e, olhando pelo canto do olho, percebi que Nana inclinara sua cabeça para o lado curiosa. Ling reparou na nossa mudança e apagou seu cigarro ainda pela metade, retirou outro do maço em cima da mesa de centro e acendeu. Sua expressão era vazia.

Ling contou que assim que o pai do último garoto vivo entrou em seu escritório, passou bastante tempo sentado, hora chorando, hora em silêncio e logo as lágrimas voltavam a escorrer por seu rosto. Seu nome era Anderson, pai de Alexander. Finalmente depois de conseguir forças, ou talvez exatamente por falta delas, começou a falar.

Anderson disse que todos os pais, de todos os envolvidos no caso da festa onde somente as garotas morreram, eram culpados por um crime que encobriram há muito tempo atrás, um encobrimento que foi discutido com cada um dos pais de cada filho e filha que estavam presentes no crime.

A garota se chamava Nathalie, ele já não se lembrava de seu nome completo. Ela havia ingressado no colégio como bolsista devido suas boas notas e um currículo exemplar. Coisas assim não costumam acontecer no Brasil, somente em algumas poucas exceções isso acontece, Nathalie era uma delas, chamou a atenção por um artigo em uma revista de noticias famosa aqui de São Paulo, nem eu, nem Ling ou Nana vimos essa matéria, porém a diretora do colégio sim e se interessou pela garota oferecendo uma bolsa completa para o colégio assim que ela terminasse o fundamental.

Isso aconteceu a menos de dois anos, foi no final do primeiro ano de colégio dela. Nathalie, apesar de suas notas, tinha problemas em se relacionar com outros alunos, isso até o final no primeiro semestre do primeiro ano. No segundo semestre seu histórico se revelara para os alunos, não se sabe como, mas acabaram descobrindo que o pai de Nathalie havia a abandonado e sua mãe se prostituído para pagar as contas e a educação da filha.

No inicio todos foram amigáveis, o grupo de doze garotas e dez garotos formava a típica panelinha de amizade que incluíram Nathalie nesse período. Anderson sabia que seu filho não era nenhum cidadão exemplar, mas também não podia imaginar que ele podia chegar tão longe ao ponto de fazer o que fez. Talvez nenhum pai poderia imaginar.

Um dia em uma festa de final de ano, como a que aconteceu na que veio a se tornar a desgraça, convidaram Nathalie. A festa foi na casa de seu filho Alexander enquanto ele – o pai – viajava a negócios e sua esposa havia falecido quando Alexander ainda era criança, então além da empregada, do motorista e de dois seguranças, a casa estava livre para a festa.

A casa dele tinha um grande quintal com mato, piscina e churrasqueira no fundo que era cercado por enormes muros. Obviamente a festa começava a noite e iria durar até a madrugada, nada muito diferente das festas de jovens da mesma idade. Também não sejamos inocentes, havia muita bebida alcoólica ali.

Todos bêbados, exceto Nathalie que não bebia. Sob o efeito do álcool começaram a revelar o passado de Nathalie a ela, o que a fez estremecer. Não só isso; os garotos, que naquele instante nada tinham de garotos, revelaram suas intenções. Talvez por curiosidade e impulsionados pela embriaguez, consolidaram seu plano. Embeberam Nathalie e a estupraram, um a um, enquanto as outras assistiam com fervor.

Nathalie não se lembrava como saiu de lá, mas lembra-se da crueldade e da dor até que o efeito do álcool começasse a surtir efeito sobre seu corpo e sua mente, fazendo tudo ficar distante e dormente.

– Espera, estamos falando de garotos de quinze ou dezesseis anos – disse após o relato de Ling Wei. Fazendo as contas das idades. – Não acha que isso é bastante fantasioso?

Ling ergueu uma sobrancelha me olhando torto.

– Masahiro... em que época você vive? – coçou a cabeça. – Você é puritano?

Desta vez quem erguei a sobrancelha fui eu. Ling olhou para Nana com um ar travesso, porém ela permanecia imóvel, atenta a nossa conversa.

– Errr... – suspirei. – E a garota não fez nada?

– Claro que fez – voltou-se para mim novamente séria. – Falou primeiro com a diretora do colégio. Talvez ela não quisesse envolver a mãe no assunto, não tenho certeza.

– E?

– Quem você acha que avisou os pais de cada aluno e aluna que estavam envolvidos na acusação da Nathalie?

– E eles? – a ficha caiu no momento em que fiz a pergunta. – Encobriram tudo.

Ling assentiu. Meditei sobre o assunto um pouco, faltava uma coisa.

– E a diretora do colégio? Os pais deles a forçaram encobrir tudo?

O olhar de Ling subitamente se tornou severo e frio. Senti uma onda de raiva e de anseio nele.

– Foi ela quem deu a idéia de encobrirem tudo.

Com essa até Nana se surpreendeu em seu canto do sofá, mesmo sem brilho seus olhos pareceram perturbados. O barulho do ar condicionado ecoou pela sala quieta, enquanto Ling servia chá para todos e, ao se sentar, acendeu um cigarro aguardando.

– Isso não faz sentido – falei à medida que fui pensando. – O que a diretora ganha com isso?

Ling olhou pelo canto dos olhos.

– Você não percebe? – perguntou entre um trago e um gole do chá. – Que tipo de impacto teria para o colégio se anunciassem que um dos colégios mais bem conceituados de São Paulo e um dos mais caros, tem aluna de origem humilde que foi chamada para estudar lá, estuprada por alunos, filhos de homens e mulheres de grande influência. E ainda o que seria para seus pais se isso viesse a tona, alguns são juízes renomados, não só aqui como no Brasil inteiro – deu um trago. – Além dos donos de empresas multinacionais, tenho certeza que os jornalistas morreriam por uma noticia dessas.

Suspirei pelo absurdo e mais outra vez pela indignação.

– Por que ela não levou o caso a policia? – na mesma hora me toquei. – Esquece... péssima idéia – pensei um instante. – Enquanto a mãe dela?

A única pessoa que sobraria para ela recorrer seria a mãe. Quando tudo falha, geralmente optamos pelo auxilio da família, exceto quando não temos... olhei para Nana quieta e atenta como sempre, voltei para Ling.

– Claro que ela foi falar com a mãe.

– E então?

– Um dos envolvidos subornou ela com uma quantia enorme de dinheiro.

– E ela aceitou?! – exclamei mais surpreso do que indignado.

Ling soltou um longo e pesado suspiro.

– Masahiro... não podemos questionar muito bem a moral dela. Além de serem mais humildes, chantagearam ela. Disseram que a filha perderia a bolsa do colégio já que não seria algo muito bem visto pelas pessoas uma aluna ter uma mãe que se prostitui – cruzou os braços. – A mãe devia amar muito ela por se submeter a isso, ou talvez quisesse sofrer de alguma forma para compensar o que a filha sofreu. Em todo caso acredito que tenha feito isso pensando que estaria evitando o mesmo futuro que o seu para sua filha.

Afundei no sofá apoiando a nuca no topo do encosto e vendo o teto com manchas de umidade e pedaços da tinta descascando, fechei os olhos e respirei fundo.

– Então tudo isso foi por causa de imagem? – perguntei ainda de olhos fechados.

– Para maioria que vive no mundo de hoje a imagem é tudo – pronunciou em uma voz seca. – Vivemos por trás de mascaras criadas por nós, escondendo aquilo que negamos ser, escondendo quem somos. Estamos em um mundo onde se leva décadas para construir algo e apenas alguns segundos para destruir.

Levantou-se e caminhou para as janelas atrás de sua mesa, olhou alguns instantes pela armação antiga de vidro sem se virar, eu por outro lado precisei colocar meu corpo de lado no sofá para vê-la. Ouvia ocasionalmente o som de um carro passar.

– Uma mascara para sociedade, uma mascara para família, uma mascara para esconder-se de si mesmo. Com o tempo essas pessoas perdem sua identidade e passam a viver em um mundo de imagens, de ilusões; e no caso de muitos, ilusões muito caras – baixou as persianas retalhando os raios de sol do inicio de tarde. – E quando o império treme, ou deveria dizer suas mascaras ficam próximas de caírem, preferem prejudicar outros a ter que abrir mão de sua imagem perante outros. De uma forma ou de outra não suportariam ver seu próprio reflexo diante de um espelho.

– E você acha que manteriam suas mascaras até com a morte de seus filhos? – perguntei erguendo uma sobrancelha.

– Tch – virou-se e voltou para onde estava sentada no sofá. – Precisam manter as aparências de família ideal, e mesmo quando tudo está ruim, preferem manter o sorriso no rosto e as informações controladas. – Olhou para sua xícara de chá vazia e fez uma careta. Buscou outro cigarro em seu maço e acendeu assim que o encontrou. – Seus filhos acabam se tornando um reflexo das aparências, achando que estão acima de qualquer coisa, quando na verdade são seus pais que acabam tendo que lidar com as sujeiras deles e no fim quem sai prejudicado são os que menos têm envolvimento.

– ...Nathalie – murmurei.

– Exato – confirmou Ling com o cigarro aceso entre os lábios.

– O que aconteceu com ela?

– Se matou – respondeu após soltar um trago.

No mesmo momento um frio percorreu minha espinha e me inclinei em direção a ela, surpreso. Ela apenas assentiu com um aceno de cabeça e de olhos fechados.

– Cortou os pulsos durante a madrugada.

Ficamos em silêncio, mergulhado na penumbra dos raios de sol cortados pelas varas da persiana. O ar condicionado parou quando a temperatura atingiu a qual estava programado, deixando o silêncio mais mórbido e um zunido em nossos ouvidos. Lembranças de que uma vez o ar estava ligado e que logo seria esquecido, assim como acreditavam com o caso de Nathalie. Fechei os olhos.

– E esse Alexander? – perguntei de repente, obedecendo a um reflexo da mente. Abri os olhos rapidamente. – Por que não cometeu suicídio?

Ling deu de ombros.

– Anderson acredita que seu filho foi quem deu a idéia da festa e do que iriam fazer com Nathalie – virou-se para Nana e suspirou de boca bem aberta. – Talvez seja verdade, talvez o pior ainda esteja por acontecer...

– Se for assim por que você não avisou ele? – perguntei atônito

– Avisei, disse que não iria trabalhar hoje, além disso parece que ele contratou mais seguranças – coçou a cabeça com a ponta dos dedos. – Acho que ele não iria aceitar muito tranqüilo se eu falasse que um gato invisível vem pra matar o filho dele...

Ela tinha razão nesse ponto.

– Falando nisso – lembrei-me. – Duas coisas que eu não entendo. A primeira é porque agora? Se faz quase dois anos que isso aconteceu.

Nara e Ling se viraram para mim como se eu tivesse levantado um tópico inesperado. Nenhuma delas havia pensado nisso.

O escritório começava a esquentar novamente, algumas gotas de suor começavam a brotar da minha testa. Olhei em volta procurando pelo controle do ar condicionado, já que as duas pareciam procurar respostas para o problema inesperado.

Entretido na busca por baixo de uma pilha de papéis sobre a mesa de centro, Nana levantou bruscamente a cabeça, chamando a minha atenção e a de Ling.

– Uma energia muito forte atravessou o nosso plano.

Arregalei os olhos franzindo a testa e olhando para Ling. Um grande ponto de interrogação em minha cara. Quando Ling ia dizer algo o telefone sobre sua mesa tocou. Levantando-se de um salto ela foi atender.

– Alo? O que?! Quando?! Estou indo pra lá agora!

Desligou o telefone em uma batida, pegou sua bolsa e falou enquanto corria para porta:

– O Alexander tentou se matar. Estão levando ele para o hospital agora – pegou a chave o carro sobre uma pilha de livros próxima a porta. – Mexam-se!

Nos levantamos em um salto seguindo Ling para fora do escritório apressados até o estacionamento.

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